Formação em Psicanálise

Por que estudar
psicanálise?

A psicanálise é uma área do conhecimento voltada ao estudo do inconsciente, dos comportamentos individuais e das emoções humanas. Estuda e investiga os processos mentais e os mecanismos psíquicos que nos moldam, assim como as variáveis internas que influenciam nossos pensamentos e decisões – o nosso modo de estar no mundo, de pensar e agir.

Tendo, na sua origem, as formulações desenvolvidas por Sigmund Freud ao fim do século XIX e início do século XX, a psicanálise se apresenta como ferramenta importante para a compreensão da mente humana. Cabe ressaltar que, embora Freud tenha sido pioneiro, muitos outros teóricos contribuíram ao avanço da psicanálise. Entre eles: Jacques Lacan, Melanie Klein, Donald Winnicott, etc., cada um com perspectivas próprias.

 

A psicanálise envolve reflexões sobre conceitos/temas fundamentais à vida. Entre outros temas, dedica-se aos seguintes tópicos:

• O inconsciente e suas manifestações, pela análise de como nossas ações e emoções são influenciadas por conteúdos reprimidos que escapam à consciência;

• A interpretação dos sonhos, pois os sonhos são considerados manifestações simbólicas do inconsciente;

• Os mecanismos de defesa, sobretudo, as estratégias do sujeito para lidar com conflitos, como a repressão, a projeção e a sublimação;

• O desenvolvimento psicossexual, haja vista que Freud dividiu o desenvolvimento da personalidade em estágios psicossexuais (oral, anal, fálico, latência e genital);

• Fenômenos que ocorrem na relação entre o paciente e o analista, fundamentais para a prática clínica.

Por onde começar a estudar
psicanálise?

Os estudos estão ancorados no seguinte tripé: formação teórica; análise pessoal; e supervisão clínica. Este tripé assegura a qualidade da formação psicanalítica, pois a psicanálise não se baseia apenas em conhecimentos teóricos – mas, também, nas vivências e no aprofundamento do inconsciente do próprio analista.

De fato, a formação em psicanálise é tema de grande interesse e debate desde Freud, que em seu texto A questão da análise leiga (1926), evidenciava que a Psicanálise não poderia se restringir à prática exclusiva dos médicos, como era comum à sua época, devendo abrir-se a profissionais de outras áreas. Na verdade, seu pressuposto fundamental é de que a formação em psicanálise vai além dos ensinamentos acadêmicos.

O modelo de formação deve permitir que psicanalista se torne capaz de oferecer uma escuta qualificada e empática, possibilitando, consequentemente, intervenções que estimulem transformações genuínas no processo terapêutico de seus analisandos.

Formação Teórica

A formação envolve mais do que a leitura dos textos clássicos, que deve, potencialmente, ser cuidadosa e acompanhada por supervisores que promoverão o debate acerca dos temas e auxiliarão na sua compreensão. Isto porque não se trata apenas de tomar contato com os conceitos/teorias, mas de ser capaz de interpretar, de refletir e perceber o que está dito de modo explícito e o que permanece implícito. O intercâmbio com colegas e a experiência pessoal em análise também se mostram fundamentais ao entendimento dos textos, em toda sua profundidade.

Os estudos não se limitam aos textos inaugurais de Freud – ainda que estes sejam balizadores do campo –, pois se expande a entendimentos realizados por autores como Jacques Lacan e Melanie Klein. A teoria psicanalítica exige uma leitura que seja capaz de captar os exemplos, os significados simbólicos e as metáforas utilizadas. Entre as formulações teóricas dos diversos autores, emergem temas/conceitos como inconsciente, repressão, linguagem, simbólico, fantasias inconscientes.

O processo de estudo, de tal modo, não é linear - revisita constantemente textos, confronta diferentes teorias, e se dispõe a questionar, detectar e lidar com as contradições próprias ao campo. Além disso, a leitura psicanalítica implica uma relação entre teoria e prática. A compreensão dos conceitos se aprofunda, à medida que se articulam à experiência clínica, principalmente porque, neste momento, desenvolve-se uma escuta mais sensível por parte do analista.

Em síntese, é preciso acompanhamento de supervisores para indicar textos, promover a contextualização histórica e teórica sobre os temas abordados, e apresentar os autores e suas contribuições mais importantes.

lém disso, estar em uma sala de aula permite a troca com outras pessoas que, certamente, irão enriquecer as leituras.